Idea Ficus 📁

Principale ⏭️


Z

⠀Idea ficus - Z

José Afonso. (Youtube)




29.04.2018. Книжный клуб-магазин "Гиперион". Выступление группы Idea Ficus. Программа по творчеству Жозе Афонсу.

VK:


  1. 0:00

    Papuça 🇵🇹


    Papuça

    Olha enfia a carapuça
    Mas não compres 
    o velho fato de ananás
    O estilo não se empresta 
    e nada tem sentido
    A tua falta, meu papuça
    Se podes ou não podes
    Tanto faz
    Se podes ou não podes
    Tanto faz
    
    Experimenta sair
    Um pouco está bom tempo
    Na Arrábida para os ninhos
    Meu rapaz
    Amanhã é feriado
    Em Paio Pires aguça
    O teu ouvido rouco-mouco
    Em aguarrás
    O teu ouvido rouco-mouco
    Em aguarrás
    
    A multidão na rua
    É Zé!
    Ouve-se a banda tocando
    O M. F. A.
    
    Vai o Borges e o Pina, 
    o Chaimite e o Bibas
    Balouçando
    A revolução é pra já
    
    Vai o Borges e o Pina, 
    o Chaimite e o Bibas
    Balouçando
    A revolução é pra já
    
    *
    
    A bota trocada
    O canto na varanda
    De rota batida
    Para Luanda
    
    Só menos um furo
    No cinto apertado
    É já Primavera
    Amar não é pecado
    
    Na fímbria da saia
    A lagartixa verde
    E um dia alegre
    À nossa espera, bebe
    
    Estamos na seca
    A paz é pouca
    Dorme uma soneca
    A tia louca
    
    Limpa os sovacos
    Com esse spray
    Amanhã é dia
    De dancing day
    
    Põe nessa boca
    Uma chupeta
    Amanhã é dia
    De Dona Xepa
    

    Letra, música: José Afonso
    Álbum: Como Se Fora Seu Filho (1983)



  2. 8:09

    Fui à beira do mar 🇵🇹 🇷🇺


    Fui à beira do mar

    	✨
    Fui à beira do mar
    Ver o que lá havia
    Ouvi uma voz cantar
    Que ao longe me dizia
    
    Ó cantador alegre
    Que é da tua alegria
    Tens tanto para andar
    E a noite está tão fria
    	
    Desde então a lavrar
    No meu peito a Alegria
    Ouço alguém a bradar
    Aproveita que é dia
    
    Sentei-me a descansar
    Enquanto amanhecia
    Entre o céu e o mar
    Uma proa rompia
    	
    Desde então a bater
    No meu peito em segredo
    Sinto uma voz dizer
    Teima, teima sem medo 
    
    Desde então a lavrar
    No meu peito a Alegria
    Ouço alguém a bradar
    Aproveita que é dia      
    	
    
    ↗️

    И я на берег вышел

    	✨
    Той ночью был отлив, 
    и я на берег вышел. (x2)
    И голос пел вдали, 
    и я его услышал.
    
    Певец весёлый мой, 
    откуда радость в сердце? (x2)
    Ведь долог путь домой, 
    и негде отогреться. (x2)
    
    С тех пор в груди живёт, 
    как искорка, Надежда. (x2)
    Средь тягот и забот 
    горит она, как прежде. 
    
    На берегу морском 
    сидел я на рассвете. (x2)
    Меж небом и песком 
    играл волнами ветер. (x2)
    
    С тех пор в моей груди 
    звучит заветный голос. (x2)
    Что б ни было, иди 
    вперёд, не беспокоясь.
    
    С тех пор в груди живёт, 
    как искорка, Надежда.(x2)
    Средь тягот и забот 
    горит она, как прежде. (x2)
    
    


  3. 17:35

    Жизнь привыкла 🇷🇺


    Já o tempo se habitua

    	✨
    Já o tempo se habitua
    A estar alerta
    Não há luz que não resista
    À noite cega
    Já a rosa perde o cheiro
    E a cor vermelha
    Cai a flor da laranjeira
    À cova incerta
    	✨
    Água mole água bendita
    Fresca serra
    Lava a língua lava a lama
    Lava a guerra
    Já o tempo se acostuma
    À cova funda
    Já tem cama e sepultura
    Toda a terra
    	✨
    Nem o voo do milhano
    Ao vento leste
    Nem a rota da gaivota
    Ao vento norte
    Nem toda a força do pano
    Todo o ano
    Quebra a proa do mais forte
    Nem a morte
    	✨
    Já o mundo se não lembra
    De cantigas
    Tanta areia suja tanta
    Erva daninha
    A nenhuma porta aberta
    Chega a lua
    Cai a flor da laranjeira
    À cova incerta
    	✨
    Nem o voo do milhano
    Ao vento leste
    Nem a rota da gaivota
    ao vento norte
    Nem toda a força do pano
    todo o ano
    Quebra a proa do mais forte
    nem a morte
    	✨
    Entre as vilas e as muralhas
    Da moirama
    Sobre a espiga e sobre a palha
    Que derrama
    Sobre as ondas sobre a praia
    Já o tempo
    Perde a fala e perde o riso
    Perde o amor
    	✨
    
    "Contos velhos, rumos novos" (1969)


  4. 25:00

    Adeus ó Serra da Lapa 🇷🇺 🇵🇹


    Adeus ó Serra da Lapa

    Adeus ó serra da Lapa 
    adeus que te vou deixar 
    ó minha terra ó minha enxada 
    não faço gosto em voltar 
    
    Companheiros de aventura 
    vinde comigo viajar 
    a noite é negra a vida é dura 
    não faço gosto em voltar 
    
    Dou-te o meu lenço bordado 
    quando de ti me apartar 
    eu quero ir prò outro lado 
    não faço gosto em voltar 
    
    O meu dinheiro contado 
    é par quem me levar 
    o meu caminho está traçado 
    não faço gosto em voltar 
    
    Moirar a terra insegura 
    fugir de serra e do mar 
    meus companheiros de aventura 
    tudo farei pra salvar
    

    1973 — Venham mais cinco


  5. 30:49

    Os bravos 🇵🇹 🇷🇺


    Os bravos

    Eu fui à terra do bravo
    Bravo meu bem
    Para ver se embravecia
    Cada vez fiquei mais manso
    Bravo meu bem
    Para a tua companhia
    
    Eu fui à terra do bravo
    Bravo meu bem
    Com o meu vestido vermelho
    O que eu vi de lá mais bravo
    Bravo meu bem
    Foi um mansinho coelho
    
    As ondas do mar são brancas
    Bravo meu bem
    E no meio amarelas
    Coitadinho de quem nasce
    Bravo meu bem
    P'ra morrer no meio delas
    


  6. 37:58

    Filhos da madrugada 🇷🇺


    Filhos da madrugada

    Somos filhos da madrugada.
    Pelas praias do mar nos vamos,
    À procura de quem nos traga 
    Verde oliva de flôr no ramo.
    
    Navegamos de vaga em vaga, 
    Não soubemos de dor nem mágoa,
    Pelas praias do mar nos vamos 
    À procura de manhã clara.
     
    Lá no cimo duma montanha, 
    Acendemos uma fogueira, 
    Para não se apagar a chama, 
    Que dá vida na noite inteira.
    
    Mensageira pomba chamada, 
    Companheira da madrugada, 
    Quando a noite vier, que venha 
    Lá do cimo duma montanha.
    
    Onde o vento cortou amarras, 
    Largaremos pela noite fora, 
    Onde há sempre uma boa estrela, 
    Noite e dia ao romper da aurora.
    
    Vira a proa, minha galera, 
    Que a vitória já não espera!
    Fresca brisa, moira encantada,
    Vira a proa da minha barca!
    


  7. 40:50

    Balada do Outono 🇵🇹 🇷🇺


    Balada do Outono

    Águas passadas do rio
    Meu sono vazio
    Não vão acordar
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar
    
    Rios que vão dar ao mar
    Deixem meus olhos secar
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar
    
    Águas do rio correndo
    Poentes morrendo
    P'ras bandas do mar
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar
    
    Rios que vão dar ao mar
    Deixem meus olhos secar
    Águas das fontes calai
    Ó ribeiras chorai
    Que eu não volto a cantar
    


  8. 47:33

    Milho verde 🇵🇹


    Milho verde

    Milho verde, milho verde
    Ai milho verde, milho verde
    Ai milho verde maçaroca
    
    À sombra do milho verde
    Ai à sombra do milho verde
    Ai namorei uma cachopa
    
    Milho verde, milho verde
    Ai milho verde, milho verde
    Ai milho verde miudinho
    
    À sombra do milho verde
    Ai à sombra do milho verde
    Ai namorei um rapazinho
    
    Milho verde, milho verde
    Ai milho verde, milho verde
    Ai milho verde folha larga
    
    À sombra do milho verde
    Ai à sombra do milho verde
    Ai namorei uma casada
    
    Mondadeiras do meu milho
    Ai mondadeiras do meu milho
    Ai mondai o meu milho bem
    
    Não olheis para o caminho
    Ai não olheis para o caminho
    Ai que a merenda já lá vem
    

    Álbum: Cantigas do Maio (1971)


  9. 56:35

    Menina dos olhos tristes 🇵🇹 🇷🇺


    Menina dos olhos tristes

    Menina dos olhos tristes 
    o que tanto a faz chorar 
    o soldadinho não volta 
    do outro lado do mar
    
    Senhora de olhos cansados
    porque a fatiga o tear
    o soldadinho não volta
    do outro lado do mar
    
    Vamos senhor pensativo
    olhe o cachimbo a apagar
    o soldadinho não volta
    do outro lado do mar
    
    Anda bem triste um amigo
    uma carta o fez chorar
    o soldadinho não volta
    do outro lado do mar
    
    A lua que é viajante
    é que nos pode informar
    o soldadinho já volta
    está mesmo quase a chegar
    
    Vem numa caixa de pinho
    do outro lado do mar
    desta vez o soldadinho
    nunca mais se faz ao mar
    


  10. 1:02:35

    Рыцарь и ангел 🇵🇹 🇷🇺


    O Cavaleiro e o Anjo

    Passos da noite	       
    Ao romper do dia
    Quantos se ouviram
    Marchando a par
    Batem à porta
    Da hospedaria
    Se for o vento
    Manda-o entrar
    
    Vejo uma espada
    De sombra esguia
    Se for o vento
    Que venha só
    Quem está lá fora
    Traz companhia
    Botas cardadas
    Levantam pó
    
    Venho de longe
    Sem luz nem guia
    Sou estrangeiro
    Não sou ninguém
    Na flor queimada
    Na cinza fria
    Nunca se passa
    Uma noite bem
    
    Foge estrangeiro
    Da morte escura
    Pega nas armas
    Vem batalhar
    E enquanto a lua
    Não se habitua
    Dorme ao relento
    Até eu voltar
    
    Há muito tempo
    Que te não via
    (Um anjo negro
    Me vem tentar)
    Batem a porta
    Da hospedaria
    É aqui mesmo
    Que eu vou ficar 
    


  11. 1:07:13

    De não saber o que me espera 🇵🇹


    De não saber o que me espera

    De não saber o que me espera 
    Tirei a sorte à minha guerra 
    Recolhi sombras onde vira 
    Luzes de orvalho ao meio-dia 
    
    Vítima de só haver vaga 
    Entre uma mão e uma espada 
    Mas que maneira bicuda 
    De ir à guerra sem ajuda 
    
    Viemos pelo sol nascente 
    Vingamos a madrugada 
    Mas não encontramos nada 
    Sol e àgua 
    Mas não encontramos nada 
    Sol e àgua 
    
    De linhas tortas havia 
    Um pouco de maresia 
    Mas quem vencer esta meta 
    Que diga se a linha é recta  
    


  12. 1:13:09

    Город 🇷🇺


    A Cidade

    A cidade é um chão de palavras pisadas
    A palavra criança a palavra segredo.
    A cidade é um céu de palavras paradas
    A palavra distância e a palavra medo.
    
    A cidade é um saco um pulmão que respira
    Pela palavra água pela palavra brisa
    A cidade é um poro um corpo que transpira
    Pela palavra sangue pela palavra ira.
    
    A cidade tem praças de palavras abertas
    Como estátuas mandadas apear.
    A cidade tem ruas de palavras desertas
    Como jardins mandados arrancar.
    
    A palavra sarcasmo é uma rosa rubra.
    A palavra silêncio é uma rosa chá.
    Não há céu de palavras que a cidade não cubra
    Não há rua de sons que a palavra não corra
    À procura da sombra de uma luz que não há.
    
    
    Letra e Música: Ary dos Santos e José Afonso Álbum: Contos Velhos Rumos Novos (1969)


  13. 1:15:51

    A Formiga No Carreiro 🇵🇹 🇷🇺


    A Formiga No Carreiro

    A formiga no carreiro
    vinha em sentido contrário
    (x2)
    
    Caiu ao Tejo (x2)
    ao pé de um septuagenário
    Caiu ao Tejo (x2)
    ao pé de um septuagenário
    
    Lerpou trepou às tábuas (x2)
    que flutuavam nas águas (x2)
    e do cimo de uma delas
    virou-se para o formigueiro
    
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    
    A formiga no carreiro
    vinha em sentido diferente
    (x2)
    
    Caiu à rua (x2)
    no meio de toda a gente
    Caiu à rua (x2)
    no meio de toda a gente
    
    Buliu abriu as gâmbeas (x2)
    para trepar às varandas (x2)
    e do cimo de uma delas
    virou-se para o formigueiro
    
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    
    A formiga no carreiro
    andava à roda da vida
    (x2)
    
    Caiu em cima (x2)
    de uma espinhela caída
    Caiu em cima (x2)
    de uma espinhela caída
    
    Furou furou à brava (x2)
    numa cova que ali estava (x2)
    e do cimo de uma delas
    virou-se para o formigueiro
    
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    Mudem de rumo (x2)
    já lá vem outro carreiro
    


  14. 1:21:30

    Mulher da Erva 🇷🇺


    Mulher da Erva

    Velha da terra morena
    pensa que e já lua cheia
    Vela que a onda condena
    Feita em pedaços na areia
    
    Saia rota, subindo a estrada
    Inda a noite rompendo vem
    A mulher pega na braçada
    De erva fresca, supremo bem.
    
    Canta a rola numa ramada
    Pela estrada vai a mulher
    Meu senhor,nesta caminhada
    Nem m'alembra do amanhecer
    
    Há quem viva sem dar por nada
    Há quem morra sem tal saber
    Velha ardida, velha queimada
    Vende a fruta, se queres comer
    
    A noitinha, a mulher alcança
    Quem lhe compra do seu manjar
    Para dar a cabrinha mansa
    Erva fresca, da cor do mar
    
    Na calçada, uma mancha negra
    Cobriu tudo e ali ficou
    Anda, velha, da saia preta
    Flor que ao vento no chao tombou
    
    No Inverno terás fartura
    Da erva fora, supremo bem
    Canta rola, tua amargura
    Manha moça... nunca mais vem
      
    


  15. 1:25:31

    Nefretite Não Tinha Papeira- 🇵🇹 🇷🇺


    Nefretite Não Tinha Papeira

    Nefretite não tinha papeira
    Tuthankamon apetite
    Já minha avó me dizia
    E olha que a sopa arrefece
    Já minha avó me dizia
    E olha que a sopa arrefece
    
    Lá para o reino da Arábia
    Havia amêndoas aos centos
    Que grande rebaldaria
    E a Palestina às escuras
    Que grande rebaldaria
    E a Palestina às escuras
    
    Os Sheikes israelitas
    Já que estou com a mão na massa
    Lembram-me os Sheikes das fitas
    Que dão porrada a quem passa
    Lembram-me os Sheikes das fitas
    Que dão porrada a quem passa
    
    Nefretite não tinha papeira
    Tuthankamon apetite
    Já minha avó me dizia
    E olha que a sopa arrefece
    Já minha avó me dizia
    E olha que a sopa arrefece
    
    Letra e Música: José Afonso
    Álbum: Venham Mais Cinco (1973) 
    


  16. 1:30:06

    Ronda das mafarricas 🇵🇹 🇷🇺


    Ronda das mafarricas

    Estavam todas juntas 
    Quatrocentas bruxas 
    À espera À espera 
    À espera da lua cheia 
    
    Estavam todas juntas 
    Veio um chibo velho 
    Dançar no adro 
    Alguém morreu 
    
    Arlindo coveiro 
    Com a tua marreca 
    Leva-me primeiro 
    Para a cova aberta 
    
    Arlindo Arlindo 
    Bailador das fadas 
    Vai ao pé coxinho 
    Cava-me a morada 
    
    Arlindo coveiro 
    Cava-me a morada 
    Fecha-me o jazigo 
    Quero campa rasa 
    
    Arlindo Arlindo 
    Bailador das fadas 
    Vai ao pé coxinho 
    Cava-me a morada 
    


  17. 1:33:38

    Os vampiros 🇵🇹 🇷🇺


    Os vampiros

    No céu cinzento sob o astro mudo
    Batendo as asas pela noite calada
    Vêm em bandos com pés de veludo
    Chupar o sangue fresco da manada
    
    Se alguém se engana com seu ar sisudo
    E lhes franqueia as portas à chegada
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada (x2)
    
    A toda a parte chegam os vampiros
    Poisam nos prédios poisam nas calçadas
    Trazem no ventre despojos antigos
    Mas nada os prende às vidas acabadas
    
    São os mordomos do universo todo
    Senhores à força mandadores sem lei
    Enchem as tulhas bebem vinho novo
    Dançam a ronda no pinhal do rei
    
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada
    
    No chão do medo tombam os vencidos
    Ouvem-se os gritos na noite abafada
    Jazem nos fossos vítimas dum credo
    E não se esgota o sangue da manada
    
    Se alguém se engana com seu ar sisudo
    E lhes franqueia as portas à chegada
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada
    
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada
    


  18. 1:39:39

    A Morte Saiu À Rua 🇷🇺 🇵🇹


    A Morte Saiu À Rua

    A morte saiu à rua num dia assim
    Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
    Uma gota rubra sobre a calçada cai
    E um rio de sangue dum peito aberto sai
    
    O vento que dá nas canas do canavial
    E a foice duma ceifeira de Portugal
    E o som da bigorna como um clarim do céu
    Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu"
    
    Teu sangue, pintor, reclama outra morte igual
    Só olho por olho e dente por dente vale
    À lei assassina a morte que te matou
    Teu corpo pertence à terra que te abraçou
    
    Aqui te afirmamos dente por dente assim
    Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
    Na curva da estrada há covas feitas no chão
    E em todas florirão rosas duma nação
    
    A morte saiu à rua num dia assim
    Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
    Uma gota rubra sobre a calçada cai
    E um rio de sangue dum peito aberto sai
    
    O vento que dá nas canas do canavial
    E a foice duma ceifeira de Portugal
    E o som da bigorna como um clarim do céu
    Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu"
    
    O pintor morreu
    O pintor morreu
    O pintor morreu
    O pintor morreu
    


  19. 1:46:37

    Redondo Vocábulo 🇵🇹 🇷🇺


    Redondo Vocábulo

    Era um redondo vocábulo
    Uma soma agreste
    Revelavam-se ondas
    Em maninhos dedos
    
    Polpas seus cabelos
    Resíduos de lar
    Nos degraus de Laura
    A tinta caía
    
    No móvel vazio
    Convocando farpas
    Chamando o telefone
    Matando baratas
    
    A fúria crescia
    Clamando vingança
    Nos degraus de Laura
    No quarto das danças
    
    Na rua os meninos
    Brincando e Laura
    Na sala de espera
    Inda o ar educa
    


  20. 1:51:12

    Paz, Poeta e Pombas 🇵🇹 🇷🇺


    Paz, Poeta e Pombas

    	✨
    A Paz viajou em busca da silêncio 
    Sitiou Berlim 
    Abdicou em Londres 
    A Paz saltou dos olhos do poeta 
    Atacada de psicose 
    Maniaco-depressiva (x3)
    
    Foi nessa altura que as pombas 
    Solicitaram nas agências as tarifas 
    Mas não viram mais o poeta (x3)
    Que gozava na Suiça 
    Duma licença graciosa 
    	✨
    A Paz saiu aos saltos para a rua 
    Comeu mostarda 
    Bebeu sangria 
    A Paz sentou-se em cima duma grua 
    Atacada de astenia 
    Maniaco-depressiva (x3)
    
    Foi nessa altura que as pombas 
    Solicitaram nas agências as tarifas 
    Mas não viram mais o poeta (x3)
    Que gozava na Suiça 
    Duma licença graciosa  
    


  21. 1:56:22

    Canção da Paciência 🇵🇹 🇷🇺


    Canção da Paciência

    Muitos sóis e luas irão nascer 
    Mais ondas na praia rebentar 
    Já não tem sentido ter ou não ter 
    Vivo com o meu ódio a mendigar 
    
    Tenho muitos anos para sofrer 
    Mais do que uma vida para andar 
    Bebo o fel amargo até morrer 
    Já não tenho pena sei esperar 
    
    A cobiça é fraca melhor dizer 
    A vida não presta para sonhar 
    Minha luz dos olhos que eu vi nascer 
    Num dia tão breve a clarear 
    
    As águas do rio são de correr 
    Cada vez mais perto sem parar 
    Sou como o morcego vejo sem ver 
    Sou como o sossego sei esperar 
    
    Muitos sóis e luas irão nascer 
    Mais ondas na praia rebentar 
    Já não tem sentido ter ou não ter 
    Vivo com o meu ódio a mendigar 
    
    Tenho muitos anos para sofrer 
    Mais do que uma vida para andar 
    Bebo o fel amargo até morrer 
    Já não tenho pena sei esperar 
    
    Álbum: Como Se Fora Seu Filho (1983)


  22. 2:00:43

    Venham mais cinco


    Venham mais cinco

    Venham mais cinco
    Duma assentada 
    Que eu pago já 
    Do branco ou tinto 
    Se o velho estica 
    Eu fico por cá 
    
    Se tem má pinta 
    Dá-lhe um apito 
    E põe-no a andar 
    De espada à cinta 
    Já crê que é rei 
    Dàquém e Dàlém Mar 
    
    Não me obriguem 
    A vir para a rua 
    Gritar 
    Que é já tempo 
    D'embalar a trouxa 
    E zarpar 
    
    Tiriririri 
    buririririri, 
    Tiriririri 
    paraburibaie, 
    Tiiiiiiiiiiiiii 
    paraburibaie...
    
    A gente ajuda 
    Havemos de ser mais 
    Eu bem sei 
    Mas há quem queira 
    Deitar abaixo 
    O que eu levantei 
    
    A bucha é dura 
    Mais dura é a razão 
    Que a sustem 
    Só nesta rusga 
    Não há lugar 
    Pr'ós filhos da mãe 
    
    Não me obriguem 
    A vir para a rua 
    Gritar 
    Que é já tempo 
    D'embalar a trouxa 
    E zarpar 
    
    Bem me diziam 
    Bem me avisavam 
    Como era a lei 
    Na minha terra 
    Quem trepa 
    No coqueiro 
    É o rei 
    


  23. 2:09:10

    Que Amor Não Me Engana


    Que Amor Não Me Engana

    Que amor não me engana 
    Com a sua brandura 
    Se da antiga chama 
    Mal vive a amargura 
    Duma mancha negra 
    Duma pedra fria 
    Que amor não se entrega 
    Na noite vazia? 
    E as vozes embarcam 
    Num silêncio aflito 
    Quanto mais se apartam 
    Mais se ouve o seu grito 
    Muito à flor das aguas 
    Noite marinheira 
    
    Vem devagarinho 
    Para a minha beira 
    Em novas coutadas 
    Junta de uma hera 
    Nascem flores vermelhas 
    Pela Primavera 
    Assim tu souberas 
    Irmã cotovia 
    Dizer-me se esperas 
    Pelo nascer do dia 
    


  24. 2:15:10

    Natal dos simples 🇷🇺


    Titolo

    Vamos cantar as janeiras 
    Vamos cantar as janeiras 
    Por esses quintais adentro vamos 
    Às raparigas solteiras 
    
    Vamos cantar orvalhadas 
    Vamos cantar orvalhadas 
    Por esses quintais adentro vamos 
    Às raparigas casadas 
    
    Vira o vento e muda a sorte 
    Vira o vento e muda a sorte 
    Por aqueles olivais perdidos 
    Foi-se embora o vento norte 
    
    Muita neve cai na serra 
    Muita neve cai na serra 
    Só se lembra dos caminhos velhos 
    Quem tem saudades da terra 
    
    Quem tem a candeia acesa 
    Quem tem a candeia acesa 
    Rabanadas pão e vinho novo 
    Matava a fome à pobreza 
    
    Já nos cansa esta lonjura 
    Já nos cansa esta lonjura 
    Só se lembra dos caminhos velhos 
    Quem anda à noite à ventura  
    



  1. ::

    Titolo


    Titolo

    Parole  
    


Coro da primavera , 
Se voaras mais ao perto , 
Rio largo de profundis