29.04.2018. Книжный клуб-магазин "Гиперион". Выступление группы Idea Ficus. Программа по творчеству Жозе Афонсу.
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Papuça 🇵🇹
Papuça
Olha enfia a carapuça Mas não compres o velho fato de ananás O estilo não se empresta e nada tem sentido A tua falta, meu papuça Se podes ou não podes Tanto faz Se podes ou não podes Tanto faz Experimenta sair Um pouco está bom tempo Na Arrábida para os ninhos Meu rapaz Amanhã é feriado Em Paio Pires aguça O teu ouvido rouco-mouco Em aguarrás O teu ouvido rouco-mouco Em aguarrás A multidão na rua É Zé! Ouve-se a banda tocando O M. F. A. Vai o Borges e o Pina, o Chaimite e o Bibas Balouçando A revolução é pra já Vai o Borges e o Pina, o Chaimite e o Bibas Balouçando A revolução é pra já * A bota trocada O canto na varanda De rota batida Para Luanda Só menos um furo No cinto apertado É já Primavera Amar não é pecado Na fímbria da saia A lagartixa verde E um dia alegre À nossa espera, bebe Estamos na seca A paz é pouca Dorme uma soneca A tia louca Limpa os sovacos Com esse spray Amanhã é dia De dancing day Põe nessa boca Uma chupeta Amanhã é dia De Dona Xepa
Letra, música: José Afonso
Álbum: Como Se Fora Seu Filho (1983)
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Fui à beira do mar 🇵🇹 🇷🇺
Fui à beira do mar
✨ Fui à beira do mar Ver o que lá havia Ouvi uma voz cantar Que ao longe me dizia Ó cantador alegre Que é da tua alegria Tens tanto para andar E a noite está tão fria Desde então a lavrar No meu peito a Alegria Ouço alguém a bradar Aproveita que é dia Sentei-me a descansar Enquanto amanhecia Entre o céu e o mar Uma proa rompia Desde então a bater No meu peito em segredo Sinto uma voz dizer Teima, teima sem medo Desde então a lavrar No meu peito a Alegria Ouço alguém a bradar Aproveita que é dia
↗️И я на берег вышел
✨ Той ночью был отлив, и я на берег вышел. (x2) И голос пел вдали, и я его услышал. Певец весёлый мой, откуда радость в сердце? (x2) Ведь долог путь домой, и негде отогреться. (x2) С тех пор в груди живёт, как искорка, Надежда. (x2) Средь тягот и забот горит она, как прежде. На берегу морском сидел я на рассвете. (x2) Меж небом и песком играл волнами ветер. (x2) С тех пор в моей груди звучит заветный голос. (x2) Что б ни было, иди вперёд, не беспокоясь. С тех пор в груди живёт, как искорка, Надежда.(x2) Средь тягот и забот горит она, как прежде. (x2)
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Жизнь привыкла 🇷🇺
Já o tempo se habitua
✨ Já o tempo se habitua A estar alerta Não há luz que não resista À noite cega Já a rosa perde o cheiro E a cor vermelha Cai a flor da laranjeira À cova incerta ✨ Água mole água bendita Fresca serra Lava a língua lava a lama Lava a guerra Já o tempo se acostuma À cova funda Já tem cama e sepultura Toda a terra ✨ Nem o voo do milhano Ao vento leste Nem a rota da gaivota Ao vento norte Nem toda a força do pano Todo o ano Quebra a proa do mais forte Nem a morte ✨ Já o mundo se não lembra De cantigas Tanta areia suja tanta Erva daninha A nenhuma porta aberta Chega a lua Cai a flor da laranjeira À cova incerta ✨ Nem o voo do milhano Ao vento leste Nem a rota da gaivota ao vento norte Nem toda a força do pano todo o ano Quebra a proa do mais forte nem a morte ✨ Entre as vilas e as muralhas Da moirama Sobre a espiga e sobre a palha Que derrama Sobre as ondas sobre a praia Já o tempo Perde a fala e perde o riso Perde o amor ✨
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Adeus ó Serra da Lapa 🇷🇺 🇵🇹
Adeus ó Serra da Lapa
Adeus ó serra da Lapa adeus que te vou deixar ó minha terra ó minha enxada não faço gosto em voltar Companheiros de aventura vinde comigo viajar a noite é negra a vida é dura não faço gosto em voltar Dou-te o meu lenço bordado quando de ti me apartar eu quero ir prò outro lado não faço gosto em voltar O meu dinheiro contado é par quem me levar o meu caminho está traçado não faço gosto em voltar Moirar a terra insegura fugir de serra e do mar meus companheiros de aventura tudo farei pra salvar
1973 — Venham mais cinco
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Os bravos 🇵🇹 🇷🇺
Os bravos
Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem Para ver se embravecia Cada vez fiquei mais manso Bravo meu bem Para a tua companhia Eu fui à terra do bravo Bravo meu bem Com o meu vestido vermelho O que eu vi de lá mais bravo Bravo meu bem Foi um mansinho coelho As ondas do mar são brancas Bravo meu bem E no meio amarelas Coitadinho de quem nasce Bravo meu bem P'ra morrer no meio delas
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Filhos da madrugada 🇷🇺
Filhos da madrugada
Somos filhos da madrugada. Pelas praias do mar nos vamos, À procura de quem nos traga Verde oliva de flôr no ramo. Navegamos de vaga em vaga, Não soubemos de dor nem mágoa, Pelas praias do mar nos vamos À procura de manhã clara. Lá no cimo duma montanha, Acendemos uma fogueira, Para não se apagar a chama, Que dá vida na noite inteira. Mensageira pomba chamada, Companheira da madrugada, Quando a noite vier, que venha Lá do cimo duma montanha. Onde o vento cortou amarras, Largaremos pela noite fora, Onde há sempre uma boa estrela, Noite e dia ao romper da aurora. Vira a proa, minha galera, Que a vitória já não espera! Fresca brisa, moira encantada, Vira a proa da minha barca!
40:50
Balada do Outono 🇵🇹 🇷🇺
Balada do Outono
Águas passadas do rio Meu sono vazio Não vão acordar Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai Que eu não volto a cantar Rios que vão dar ao mar Deixem meus olhos secar Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai Que eu não volto a cantar Águas do rio correndo Poentes morrendo P'ras bandas do mar Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai Que eu não volto a cantar Rios que vão dar ao mar Deixem meus olhos secar Águas das fontes calai Ó ribeiras chorai Que eu não volto a cantar
47:33
Milho verde 🇵🇹
Milho verde
Milho verde, milho verde Ai milho verde, milho verde Ai milho verde maçaroca À sombra do milho verde Ai à sombra do milho verde Ai namorei uma cachopa Milho verde, milho verde Ai milho verde, milho verde Ai milho verde miudinho À sombra do milho verde Ai à sombra do milho verde Ai namorei um rapazinho Milho verde, milho verde Ai milho verde, milho verde Ai milho verde folha larga À sombra do milho verde Ai à sombra do milho verde Ai namorei uma casada Mondadeiras do meu milho Ai mondadeiras do meu milho Ai mondai o meu milho bem Não olheis para o caminho Ai não olheis para o caminho Ai que a merenda já lá vem
Álbum: Cantigas do Maio (1971)
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Menina dos olhos tristes 🇵🇹 🇷🇺
Menina dos olhos tristes
Menina dos olhos tristes o que tanto a faz chorar o soldadinho não volta do outro lado do mar Senhora de olhos cansados porque a fatiga o tear o soldadinho não volta do outro lado do mar Vamos senhor pensativo olhe o cachimbo a apagar o soldadinho não volta do outro lado do mar Anda bem triste um amigo uma carta o fez chorar o soldadinho não volta do outro lado do mar A lua que é viajante é que nos pode informar o soldadinho já volta está mesmo quase a chegar Vem numa caixa de pinho do outro lado do mar desta vez o soldadinho nunca mais se faz ao mar
1:02:35
Рыцарь и ангел 🇵🇹 🇷🇺
O Cavaleiro e o Anjo
Passos da noite Ao romper do dia Quantos se ouviram Marchando a par Batem à porta Da hospedaria Se for o vento Manda-o entrar Vejo uma espada De sombra esguia Se for o vento Que venha só Quem está lá fora Traz companhia Botas cardadas Levantam pó Venho de longe Sem luz nem guia Sou estrangeiro Não sou ninguém Na flor queimada Na cinza fria Nunca se passa Uma noite bem Foge estrangeiro Da morte escura Pega nas armas Vem batalhar E enquanto a lua Não se habitua Dorme ao relento Até eu voltar Há muito tempo Que te não via (Um anjo negro Me vem tentar) Batem a porta Da hospedaria É aqui mesmo Que eu vou ficar
1:07:13
De não saber o que me espera 🇵🇹
De não saber o que me espera
De não saber o que me espera Tirei a sorte à minha guerra Recolhi sombras onde vira Luzes de orvalho ao meio-dia Vítima de só haver vaga Entre uma mão e uma espada Mas que maneira bicuda De ir à guerra sem ajuda Viemos pelo sol nascente Vingamos a madrugada Mas não encontramos nada Sol e àgua Mas não encontramos nada Sol e àgua De linhas tortas havia Um pouco de maresia Mas quem vencer esta meta Que diga se a linha é recta
1:13:09
Город 🇷🇺
A Cidade
A cidade é um chão de palavras pisadas A palavra criança a palavra segredo. A cidade é um céu de palavras paradas A palavra distância e a palavra medo. A cidade é um saco um pulmão que respira Pela palavra água pela palavra brisa A cidade é um poro um corpo que transpira Pela palavra sangue pela palavra ira. A cidade tem praças de palavras abertas Como estátuas mandadas apear. A cidade tem ruas de palavras desertas Como jardins mandados arrancar. A palavra sarcasmo é uma rosa rubra. A palavra silêncio é uma rosa chá. Não há céu de palavras que a cidade não cubra Não há rua de sons que a palavra não corra À procura da sombra de uma luz que não há.
1:15:51
A Formiga No Carreiro 🇵🇹 🇷🇺
A Formiga No Carreiro
A formiga no carreiro vinha em sentido contrário (x2) Caiu ao Tejo (x2) ao pé de um septuagenário Caiu ao Tejo (x2) ao pé de um septuagenário Lerpou trepou às tábuas (x2) que flutuavam nas águas (x2) e do cimo de uma delas virou-se para o formigueiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro A formiga no carreiro vinha em sentido diferente (x2) Caiu à rua (x2) no meio de toda a gente Caiu à rua (x2) no meio de toda a gente Buliu abriu as gâmbeas (x2) para trepar às varandas (x2) e do cimo de uma delas virou-se para o formigueiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro A formiga no carreiro andava à roda da vida (x2) Caiu em cima (x2) de uma espinhela caída Caiu em cima (x2) de uma espinhela caída Furou furou à brava (x2) numa cova que ali estava (x2) e do cimo de uma delas virou-se para o formigueiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro Mudem de rumo (x2) já lá vem outro carreiro
1:21:30
Mulher da Erva 🇷🇺
Mulher da Erva
Velha da terra morena pensa que e já lua cheia Vela que a onda condena Feita em pedaços na areia Saia rota, subindo a estrada Inda a noite rompendo vem A mulher pega na braçada De erva fresca, supremo bem. Canta a rola numa ramada Pela estrada vai a mulher Meu senhor,nesta caminhada Nem m'alembra do amanhecer Há quem viva sem dar por nada Há quem morra sem tal saber Velha ardida, velha queimada Vende a fruta, se queres comer A noitinha, a mulher alcança Quem lhe compra do seu manjar Para dar a cabrinha mansa Erva fresca, da cor do mar Na calçada, uma mancha negra Cobriu tudo e ali ficou Anda, velha, da saia preta Flor que ao vento no chao tombou No Inverno terás fartura Da erva fora, supremo bem Canta rola, tua amargura Manha moça... nunca mais vem
1:25:31
Nefretite Não Tinha Papeira- 🇵🇹 🇷🇺
Nefretite Não Tinha Papeira
Nefretite não tinha papeira Tuthankamon apetite Já minha avó me dizia E olha que a sopa arrefece Já minha avó me dizia E olha que a sopa arrefece Lá para o reino da Arábia Havia amêndoas aos centos Que grande rebaldaria E a Palestina às escuras Que grande rebaldaria E a Palestina às escuras Os Sheikes israelitas Já que estou com a mão na massa Lembram-me os Sheikes das fitas Que dão porrada a quem passa Lembram-me os Sheikes das fitas Que dão porrada a quem passa Nefretite não tinha papeira Tuthankamon apetite Já minha avó me dizia E olha que a sopa arrefece Já minha avó me dizia E olha que a sopa arrefece Letra e Música: José Afonso Álbum: Venham Mais Cinco (1973)
1:30:06
Ronda das mafarricas 🇵🇹 🇷🇺
Ronda das mafarricas
Estavam todas juntas Quatrocentas bruxas À espera À espera À espera da lua cheia Estavam todas juntas Veio um chibo velho Dançar no adro Alguém morreu Arlindo coveiro Com a tua marreca Leva-me primeiro Para a cova aberta Arlindo Arlindo Bailador das fadas Vai ao pé coxinho Cava-me a morada Arlindo coveiro Cava-me a morada Fecha-me o jazigo Quero campa rasa Arlindo Arlindo Bailador das fadas Vai ao pé coxinho Cava-me a morada
1:33:38
Os vampiros 🇵🇹 🇷🇺
Os vampiros
No céu cinzento sob o astro mudo Batendo as asas pela noite calada Vêm em bandos com pés de veludo Chupar o sangue fresco da manada Se alguém se engana com seu ar sisudo E lhes franqueia as portas à chegada Eles comem tudo eles comem tudo Eles comem tudo e não deixam nada (x2) A toda a parte chegam os vampiros Poisam nos prédios poisam nas calçadas Trazem no ventre despojos antigos Mas nada os prende às vidas acabadas São os mordomos do universo todo Senhores à força mandadores sem lei Enchem as tulhas bebem vinho novo Dançam a ronda no pinhal do rei Eles comem tudo eles comem tudo Eles comem tudo e não deixam nada No chão do medo tombam os vencidos Ouvem-se os gritos na noite abafada Jazem nos fossos vítimas dum credo E não se esgota o sangue da manada Se alguém se engana com seu ar sisudo E lhes franqueia as portas à chegada Eles comem tudo eles comem tudo Eles comem tudo e não deixam nada Eles comem tudo eles comem tudo Eles comem tudo e não deixam nada
1:39:39
A Morte Saiu À Rua 🇷🇺 🇵🇹
A Morte Saiu À Rua
A morte saiu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome pra qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue dum peito aberto sai O vento que dá nas canas do canavial E a foice duma ceifeira de Portugal E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu" Teu sangue, pintor, reclama outra morte igual Só olho por olho e dente por dente vale À lei assassina a morte que te matou Teu corpo pertence à terra que te abraçou Aqui te afirmamos dente por dente assim Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Na curva da estrada há covas feitas no chão E em todas florirão rosas duma nação A morte saiu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome pra qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue dum peito aberto sai O vento que dá nas canas do canavial E a foice duma ceifeira de Portugal E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu" O pintor morreu O pintor morreu O pintor morreu O pintor morreu
1:46:37
Redondo Vocábulo 🇵🇹 🇷🇺
Redondo Vocábulo
Era um redondo vocábulo Uma soma agreste Revelavam-se ondas Em maninhos dedos Polpas seus cabelos Resíduos de lar Nos degraus de Laura A tinta caía No móvel vazio Convocando farpas Chamando o telefone Matando baratas A fúria crescia Clamando vingança Nos degraus de Laura No quarto das danças Na rua os meninos Brincando e Laura Na sala de espera Inda o ar educa
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Paz, Poeta e Pombas 🇵🇹 🇷🇺
Paz, Poeta e Pombas
✨ A Paz viajou em busca da silêncio Sitiou Berlim Abdicou em Londres A Paz saltou dos olhos do poeta Atacada de psicose Maniaco-depressiva (x3) Foi nessa altura que as pombas Solicitaram nas agências as tarifas Mas não viram mais o poeta (x3) Que gozava na Suiça Duma licença graciosa ✨ A Paz saiu aos saltos para a rua Comeu mostarda Bebeu sangria A Paz sentou-se em cima duma grua Atacada de astenia Maniaco-depressiva (x3) Foi nessa altura que as pombas Solicitaram nas agências as tarifas Mas não viram mais o poeta (x3) Que gozava na Suiça Duma licença graciosa
1:56:22
Canção da Paciência 🇵🇹 🇷🇺
Canção da Paciência
Muitos sóis e luas irão nascer Mais ondas na praia rebentar Já não tem sentido ter ou não ter Vivo com o meu ódio a mendigar Tenho muitos anos para sofrer Mais do que uma vida para andar Bebo o fel amargo até morrer Já não tenho pena sei esperar A cobiça é fraca melhor dizer A vida não presta para sonhar Minha luz dos olhos que eu vi nascer Num dia tão breve a clarear As águas do rio são de correr Cada vez mais perto sem parar Sou como o morcego vejo sem ver Sou como o sossego sei esperar Muitos sóis e luas irão nascer Mais ondas na praia rebentar Já não tem sentido ter ou não ter Vivo com o meu ódio a mendigar Tenho muitos anos para sofrer Mais do que uma vida para andar Bebo o fel amargo até morrer Já não tenho pena sei esperar
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Venham mais cinco
Venham mais cinco
Venham mais cinco Duma assentada Que eu pago já Do branco ou tinto Se o velho estica Eu fico por cá Se tem má pinta Dá-lhe um apito E põe-no a andar De espada à cinta Já crê que é rei Dàquém e Dàlém Mar Não me obriguem A vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa E zarpar Tiriririri buririririri, Tiriririri paraburibaie, Tiiiiiiiiiiiiii paraburibaie... A gente ajuda Havemos de ser mais Eu bem sei Mas há quem queira Deitar abaixo O que eu levantei A bucha é dura Mais dura é a razão Que a sustem Só nesta rusga Não há lugar Pr'ós filhos da mãe Não me obriguem A vir para a rua Gritar Que é já tempo D'embalar a trouxa E zarpar Bem me diziam Bem me avisavam Como era a lei Na minha terra Quem trepa No coqueiro É o rei
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Que Amor Não Me Engana
Que Amor Não Me Engana
Que amor não me engana Com a sua brandura Se da antiga chama Mal vive a amargura Duma mancha negra Duma pedra fria Que amor não se entrega Na noite vazia? E as vozes embarcam Num silêncio aflito Quanto mais se apartam Mais se ouve o seu grito Muito à flor das aguas Noite marinheira Vem devagarinho Para a minha beira Em novas coutadas Junta de uma hera Nascem flores vermelhas Pela Primavera Assim tu souberas Irmã cotovia Dizer-me se esperas Pelo nascer do dia
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Natal dos simples 🇷🇺
Titolo
Vamos cantar as janeiras Vamos cantar as janeiras Por esses quintais adentro vamos Às raparigas solteiras Vamos cantar orvalhadas Vamos cantar orvalhadas Por esses quintais adentro vamos Às raparigas casadas Vira o vento e muda a sorte Vira o vento e muda a sorte Por aqueles olivais perdidos Foi-se embora o vento norte Muita neve cai na serra Muita neve cai na serra Só se lembra dos caminhos velhos Quem tem saudades da terra Quem tem a candeia acesa Quem tem a candeia acesa Rabanadas pão e vinho novo Matava a fome à pobreza Já nos cansa esta lonjura Já nos cansa esta lonjura Só se lembra dos caminhos velhos Quem anda à noite à ventura
Coro da primavera ,
Se voaras mais ao perto ,
Rio largo de profundis